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Notícias

 

Nepal inclui terceiro gênero ao censo (Foto: Reprodução)

Pela primeira vez, Nepal inclui terceiro gênero no censo

"Quando houver dados após o censo, poderemos usá-los como prova para pressionarmos a favor de nossos direitos" diz Pinky

PUBLICADO EM 30/09/2021 11:48

POR BIANCA ALEIXO

No último sábado (26), o Nepal iniciou o censo do país, desta vez, com uma novidade que mostra um grande exemplo de inclusão e diversidade. Além das opções homem e mulher, os cidadãos entrevistados também poderão dizer se pertencem a um outro gênero ao responderem o questionário.

É a primeira vez que o país decide alterar as informações de seu censo. Com a nova inclusão, os habitantes do Himalaia que fazem parte da comunidade LGBTQIA+ esperam que isso ajude a conseguir ampliar os direitos voltados a essa população.

O Nepal é um dos países da Ásia que possui as leis mais progressistas em relação aos direitos de homossexuais e transexuais. No ano de 2007, todo e qualquer tipo de discriminação envolvendo gênero e orientação sexual foi proibida, e em 2013, um terceiro gênero foi introduzido nos documentos de cidadania. Em 2015, o Nepal passou a emitir passaportes que possuem a opção “outros” referindo-se a como as pessoa se identificam.

Apesar dessas leis e ações de inclusão, ativistas nepaleses dos direitos homossexuais e transexuais informam que entre os 30 milhões de habitantes do país, é estimado que 900 mil pessoas façam parte da população LGBT e que ainda sofrem discriminação, principalmente dentro do trabalho. O presidente do grupo LGBTQIA+ Blue Diamond Society, Pinky Gurung, ressalta que, com os novos dados, o resultado poderá ser usado para conseguir mais direitos.

“Quando houver dados após o censo, poderemos usá-los como prova para pressionarmos a favor de nossos direitos. Poderemos levantar demandas proporcionais à dimensão (da nossa comunidade) na população” diz Pinky. Os ativistas também afirmam que a falta de dados torna difícil o acesso aos benefícios aos quais têm direito, entretanto, dentre as 70 perguntas que fazem parte do censo do país, apenas uma é relacionada a questões de gênero, o que ainda torna os resultados limitantes.

Foto: Prakash Mathema / AFP

Fonte: Observatório G

Link: encurtador.com.br/cgrwF

“Autotestagem de HIV como estratégia de prevenção combinada” é o tema da próxima live ImPrEP, que  vêm acontecendo desde novembro de 2020, tendo os educadores e educadoras de pares (EPs) do estudo  como protagonistas. Além da importância do tema em si, essa live marca o início da parceria com a Aliança Nacional LGBTI+ (aliancalgbti.org.br), que atua na promoção e defesa de direitos humanos e de cidadania dessa comunidade, nesse projeto de encontros virtuais.

 A live, que ocorrerá na terça-feira, 13/4/2021, às 19h, via página do ImPrEP no Facebook (@imprepbrasil), mais uma vez  contará com a mediação  dos  coordenadores comunitários para as populações HSH e trans do projeto, Júlio Moreira e Alessandra Ramos. Na pauta, questões como desafios e benefícios  do autoteste de HIV, formas de criar estratégias para incluir a noção da testagem dentro da perspectiva de prevenção combinada e como o EP pode ser fundamental no vínculo do usuário com os serviços de saúde, no sentido de sanar dúvidas, aconselhar, dar suporte emocional e encaminhar para tratamento do HIV, se necessário. 

Outros assuntos e datas previstos para as lives ImPrEP 2021:  Criação de ambientes favoráveis (18/5) e Estratégia de educação de pares para populações periféricas (8/6). Para assistir às lives já realizadas (“A estratégia da educação de pares”, “Ativismo na luta contra a Aids”, “PrEP e pessoas trans”, “PrEP e HSH” e “Redução de danos e chemsex – sexo químico”), basta acessar o Canal ImPrEP em www.imprep.org ou acessar a conta do projeto no YouTube (projeto ImPrEP INI/Fiocruz)

Texto de Comunicação ImPrEP



Live Autotestagem 04 1

Miles Pullman, drag queen aos 12 anos (Foto: Reprodução)

Aos 12 anos, menino decide ser drag queen e ganha o apoio da mãe

“Estou orgulhosa de meu filho por ser tão corajoso e parecer tão confortável em sua própria pele”. disse Nicola Pullman

PUBLICADO EM 30/09/2021 13:36

POR BIANCA ALEIXO

Geralmente, para muitas pessoas é difícil dizer aos pais o que elas querem ser ou o que desejam fazer em suas vidas, principalmente se esse desejo vai contra os padrões gravados como certos pela sociedade. Mas para Miles Pullman, de 12 anos, seguir os seus sonhos e ser exatamente como quer, é maior do que qualquer dificuldade que possa ter em falar sobre o assunto.

Nicola Pullman, de 49 anos, mãe de Miles, conta que desde pequeno, quando começou a andar, o garoto demonstrava interesse pelo universo feminino. O menino sempre gostou de se vestir como mulher e usava os acessórios da mãe com frequência, inclusive os batons. Gostava também de usar perucas para brincar e em nenhum momento chegou a ter o julgamento ou a proibição de sua mãe.

Antes de completar seus 12 anos, Miles descobriu o reality show RuPaul’s Drag Race UK, foi aí que decidiu que não queria apenas passar batom ou se vestir como mulher somente em sua casa, seu sonho era se tornar uma drag queen famosa. Em entrevista concedida ao jornal The Sun, no Reino Unido, Nicola afirmou que sempre irá apoiar a decisão do filho.

“Estou orgulhosa de meu filho por ser tão corajoso e parecer tão confortável em sua própria pele”. disse Pullman ao The Sun. Em seu aniversário de 12 anos, Miles pediu de presente uma máquina de costura para que pudesse fazer suas próprias roupas, o garoto já possui inúmeras peças e também diversas fotos usando seus looks, que incluem até mesmo salto alto.

Foto: Nicola Pullman

Foto: Nicola Pullman

 

"O pesquisador começou a sua explanação contextualizando as estratégias adotadas para minimizar a interrupção no acesso à profilaxia pré-exposição (PrEP) e ao autoteste de HIV no período da pandemia. Em seguida, falou sobre o contexto das epidemias de HIV e Covid-19 no país e na América Latina. Outro assunto inicialmente abordado foi a adoção da ferramenta da telemedicina entre os usuários da profilaxia. Consultas realizadas pelo telefone ou por aplicativos de mensagens foram fundamentais para a retenção e adesão à PrEP nos últimos meses"

Acesse a matéria completa em: https://imprepemrede.wixsite.com/emrede13/2a-materia

Flávio Bolsonaro e seu pai Jair Bolsonaro (Foto: Reprodução)

Flávio Bolsonaro sugestiona que crimes contra LGBT diminuíram por causa do presidente

Flávio postou um vídeo do perfil "trans de direita" no Instagram

Por meio de seu Instagram, Flávio Bolsonaro divulgou um vídeo de uma transexual que se categoriza como conservadora e pró-Bolsonaro, mesmo que a pauta do conservadorismo não reconheça gênero, apenas o sexo. A influenciadora, em defesa do mandatário, disse que o presidente não é violento, apenas contra a “ideologia de gênero”, isto é, para o presidente ela nem existe, já que uma pessoa trans é designada justamente pelo seu gênero, por não se reconhecer no sexo tipificado no nascimento.

Evidentemente que Bolsonaro não sairia por aí matando LGBTs, até porque isto é inconstitucional. A violência costuma ser corroborada no discurso e na própria gestão. Na legenda do vídeo, “Crimes contra pessoas LGBT diminuíram no governo do “homofóbico”“, disse Flávio, em alusão à suposta ideia de que o governo em si foi mais amistoso com a diversidade.

De acordo com o Relatório Parcial divulgado pelo Observatório de Mortes Violentas de LGBTI+ no Brasil, gays e mulheres trans e travestis estão entre as principais vítimas da LGBTIfobia no nosso país, com 102 e 86 casos respectivamente. Além disso, o Relatório Parcial reforça que 2020 foi um ano atípico por conta da pandemia, sendo um dos motivos para a redução no número de mortes violentas de LGBT, diz Alexandre Bogas Gastaldi, Diretor Executivo da Acontece Arte e Política LGBTI+. Isto é, a redução de 2020 não estaria propriamente relacionada ao governo, mas ao cenário pandêmico. Segundo levantamento, Brasil registra 207 mortes de LGBT+ entre janeiro e agosto de 2021.

O levantamento aponta que Lésbicas aparecem com 8 mortes violentas registradas; homens trans, com 2 casos; e bissexuais, com 1 caso registrado. 

O Relatório aponta ainda que 3 heterossexuais foram assassinados por terem sido confundidos com LGBTI+ e mais 5 mortes em que a motivação do crime foi a LGBTIfobia.

Em junho deste ano, o Jornal The Guardian destacou o estupro coletivo de um jovem gay e citou a violência LGBT no Brasil. Por meio de uma reportagem do veículo, um dos mais populares do Reino Unido, o caso é tido como “barbárico”. O jornal explanou o ocorrido e destacou que LGBTs no Brasil vivem um momento conturbado. “O Brasil tem um dos índices mais alarmantes de violência e discriminação contra pessoas LGBT do mundo. Cristian González Cabrera, pesquisador da Human Rights Watch, disse que embora a suprema corte proibisse a violência e a discriminação com base na orientação sexual e identidade de gênero em 2019, “o governo precisa tomar medidas urgentes para evitar esta epidemia de violência contra pessoas LGBT”, disse a matéria, que também destacou o mapeamento de violência organizado pelo GGB –  Grupo Gay da Bahia.

É oportuno frisar que, quando se pontua que a violência é alarmante, não é em comparação a países nos quais ser LGBT é um crime, mas sim para trazer à tona que, muitas vezes, mesmo avançando em questões legais, a eficácia dessas leis na prática ainda representa um desafio.

“Vivemos hoje um verdadeiro apagão de políticas públicas focadas na população LGBTI+. Se antes elas já eram escassas, hoje, todo o aparato estatal de amparo à esta população tem sido desmontado pelo Governo Federal. Somado aos discursos LGBTIfóbicos proferidos pelas maiores autoridades do país, o que se tem é a receita de uma tragédia silenciosa vivida pela nossa população. Por isso, iniciativas como a do Observatório de Mortes Violentas de LGBTI+ são tão importantes para denunciar e visibilizar esses casos”, diz Luiz Mott, fundador do Grupo Gay da Bahia.

RelatórioEm 2021, o Relatório, que passa por uma metodologia até os dados serem divulgados e catalogados como oficiais, conta com o apoio financeiro do Fundo Brasil de Direitos Humanos e pode ser conferido na íntegra no site: https://observatoriomortesviolentaslgbtibrasil.org/parcial-setembro-2021

Virtual

SaferNet Brasil contabilizou – Entre janeiro e a primeira metade de junho de 2021 – um aumento de denúncias de homofobia. A central de denúncia recebeu 2.529 denúncias de homofobia na internet desde o início de 2021, ao passo que, em 2020, foram registradas 1.226 denúncias. Ainda sobre pesquisas,  um estudo da OutNow, divulgado em abril deste ano, mostra que, no Brasil, apenas uma em cada três pessoas LGBTs fala abertamente sobre identidade de gênero ou orientação sexual no trabalho.

Anos anteriores

Em 2020, 237 LGBT+ (1ésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais) tiveram morte violenta no Brasil, vítimas da homotransfobia: 224 homicídios (94,5%) e 13 suicídios (5,5%). É o que mostra o Relatório: Observatório de Mortes Violentas de LGBTI+ no Brasil. O ano recorde foi 2017, com 445 mortes, seguido em 2018 com 420, baixando para 329 mortes em 2019.

Direitos

Em 2019, Bolsonaro assinou um decreto que coloca fim aos conselhos sociais que integravam a Política Nacional de Participação Social (PNPS). Dentre eles, o Conselho Nacional de Combate à Discriminação, um conselho federal brasileiro sobre assuntos LGBT criado em 9 de dezembro de 2010.

Ainda em 2019, ao se manifestar contra a criminalização da homofobia e alegar que o STF é inapto à legislar, o presidente disse que a medida prejudicaria gays, já que empresários não os contratariam, receosos por alguma represália.

Em 2020, a Advocacia-Geral da União entrou com um recurso no STF para esclarecer pormenores da criminalização da LGBTfobia regulamentada em 2019 pela corte. Hoje a LGBTfobia é enquadrada como crime de racismo. Para a AGU, “é importante que se esclareça, como tese de julgamento, que não só a liberdade religiosa, mas a própria liberdade de expressão, considerada genericamente (englobando a manifestação artística, científica ou profissional), respalda a possibilidade de manifestação não aviltante a propósito da moralidade sexual”.

Além disso, há alguns meses, foi divulgado que o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, presidido pela Ministra Damares, não gastou nenhum centavo dos  R$ 4,5 milhões orçados para a Diretoria de Políticas de Promoção e Defesa dos Direitos LGBT em 2020.

Fonte: Observatório G

Link: encurtador.com.br/ipzU6

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