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IA “dá match” entre profissionais de saúde e o público LGBTQIA+

Claudia Penteadoseg., 27 de setembro de 2021 1:03 PM

Dois jovens de Juiz de Fora, no interior de Minas Gerais, estão para relançar um serviço de característica única no país. Até novembro deve entrar em operação o novo portal Lacrei Saúde, que faz um verdadeiro match entre o público LGBTQIA+ e um atendimento médico e odontológico mais preparado para recebê-lo por entender suas dores e angústias.

Mas não é assim que deveria ser todo atendimento na saúde, com profissionais capacitados para compreender os males que afligem os pacientes? Não é essa, no entanto, a realidade desse público. O advogado Daniel Dutra, um dos fundadores do Lacrei, reporta histórias de usuários que enfrentaram preconceito na hora de buscar um médico, caso de uma pessoa intersexual que precisava passar por um urologista e não conseguiu atendimento, mesmo tendo recursos para bancar o tratamento.

Evitar esse tipo de constrangimento ou até mesmo alguma violência clínica é a proposta da plataforma, que é gratuita e foi lançada em fevereiro de 2020 em sua primeira versão, mas que precisou de ajustes. Em maio, seu banco de dados foi tirado do ar para que a nova configuração do serviço, agora com Inteligência Artificial (IA), pudesse ser implementada.

A ideia do Lacrei é que o usuário possa encontrar um profissional de saúde que se identifique com ele ou que se apresente habilitado a atendê-lo. Os dados coletados pelo sistema permitem fazer o cruzamento de informações para que um paciente gay negro, por exemplo, consiga marcar consulta para uma determinada especialidade com uma pessoa que corresponda a seu pedido, que pode ser um médico gay negro. A definição do perfil é feita pelo usuário.

Dinheiro não roda na plataforma. Daniel esclarece que ele e seu sócio, Felipe Vidal, estudante de Ciências da Computação da Universidade Federal de Juiz de Fora, montaram um projeto de impacto social. Quando o usuário faz uma busca e encontra um profissional dentro de seus critérios, uma das informações disponibilizadas pelo portal é se ele aceita plano de saúde. A forma de pagar a consulta é acertada entre as partes.

“Quando me perguntam se o portal tem um modelo de negócios, respondo que criamos o projeto pelo impacto social”, esclarece Daniel, que é também o CEO do Lacrei. Por enquanto, os custos mensais da plataforma são bancados pelos sócios, que avisam que até hoje não receberam recursos de um investidor anjo e que o projeto está aberto para isso.

O Lacrei tem dois pilares que fundamentam a plataforma: proteção e respeito. Ele nasceu da percepção que a comunidade LGBTQIA+ precisa de ajuda para poder ser atendida e fazer um tratamento. Trata-se de um público muito grande. Ele é estimado em torno de 10% da população brasileira pelo IBGE, mas não há estratificação no Censo feita para apontar seu real tamanho. Esse índice não incluiria intersexuais e trans.

Em julho passado, o IBGE divulgou nova estimativa da população: somos 213,3 milhões de brasileiros, número publicado no Diário Oficial da União. Ou seja, a comunidade LGBTQIA+ é composta por aproximadamente 21 milhões de pessoas – ou mais, já que o grupo pode estar sub representado pois muitos não declaram sua identidade de gênero ou orientação sexual.

Auxílio jurídico

No primeiro momento, o Lacrei surgiu para oferecer um serviço jurídico para esse público por meio de um aplicativo, mas logo os sócios decidiram agregar outras áreas. Assim, Daniel e Felipe estruturaram o plano em três campos: jurídico, saúde e oportunidades de trabalho.

Dos três serviços, o de saúde foi a que mais evoluiu. Seu caráter de ineditismo contribui para chamar atenção para uma área absolutamente sensível para a comunidade. Seus desafios também demandaram dos fundadores um grande empenho para redefinir o projeto

Na verdade, desde o início, o Lacrei desperta questionamentos por parte dos sócios. São perguntas que giram em torno das necessidades e das características de seu público-alvo. Mas também envolveram decisões tecnológicas. Em agosto de 2019, quando foi feito o protótipo do aplicativo para atendimento jurídico, Daniel elaborou 28 perguntas para orientar seu funcionamento, entre elas retificação de nome.

Depois, os sócios começaram a inserir a parte voltada para a empregabilidade e para cuidados médicos. Como parte do processo de estruturação da nova área, Daniel passou a coletar histórias. “Aprendi que havia dois sentimentos no atendimento clínico: constrangimento e trauma

ACESSO E INFORMAÇÕES

Em fevereiro de 2020, o projeto de app foi implementado. Ele se chamava Lacrei, incluindo as três áreas. Em agosto do mesmo ano foi lançado o Lacrei Saúde na web. Os usuários chegaram a mil.

Mas a experiência revelou que havia uma barreira para atingirem seu propósito plenamente. Parte de seu público não tinha a dimensão do que são seus direitos. Há muita gente que, por enfrentar obstáculos desde cedo, não conseguiu completar o ensino superior. Como ter acesso a informações, desse modo?

Mas a experiência revelou que havia uma barreira para atingirem seu propósito plenamente. Parte de seu público não tinha a dimensão do que são seus direitos. Há muita gente que, por enfrentar obstáculos desde cedo, não conseguiu completar o ensino superior. Como ter acesso a informações, desse modo?

Porém, constatou-se que a maioria dos usuários não fazia busca por especialidade, e sim por sintomatologia. “Muita gente não sabe qual especialidade para tratar uma doença. Então, elas faziam pesquisa em cima de sintomas”, conta Daniel.

A ENTRADA DE IA

As definições estabelecidas pelos usuários também demonstraram que era fundamental adotar uma nova base para o serviço. Certos perfis fazem questão de determinar a etnia. Outros não. Lésbicas, de modo geral, apenas pedem para ser atendidas por lésbicas. A configuração do sistema de buscas e do banco de dados não estava adequada para atender às variáveis que se apresentavam.

“Fomos descobrindo todas essas coisas e tivemos de redefinir a Lacrei. A gente tinha de usar Inteligência Artificial”, explica Daniel.

Os sócios fizeram um curso no programa AI For Good, da Fundação 1 Bi, que é apoiada pelo Grupo Movile (dono do iFood e da Sympla, entre outras empresas). A iniciativa, que oferece aulas e mentoria, é destinada a organizações de impacto social ou instituições sem fins lucrativos que já façam a captação de dados. Com o curso, os projetos aprovados no programa podem criar soluções baseadas em IA.

O banco de dados do Lacrei foi reformulado, mas, para que o portal pudesse operar no novo modelo, foi preciso tirar essa base do ar. O site continua ativo, mas “está vazio”. A área de saúde é a primeira a ser relançada. As de apoio jurídico e de oportunidades de trabalho só devem retornar ao portal no ano que vem.

SETE TIPOS DE PROFISSIONAIS

Pela configuração do serviço, o Lacrei Saúde oferece atendimento para sete tipos de profissionais: médico, psicólogo, nutricionista, dentista, fisioterapeuta, fonoaudiólogo e enfermeiro. Para formar sua base, os especialistas recebem convites para que eles se tornem parte de um processo de transformação.

A carta-convite elaborada para eles diz que participar do projeto é mais do que abraçar uma causa. É a chance de fazer com que eles se conectem com mais pessoas LGBTQIAP+, oferecendo “um futuro mais longo e saudável”.

Como um dos pilares da plataforma é a proteção dessa comunidade, a validação de profissionais envolve três etapas. Há uma consulta nos conselhos de cada especialidade, bem como conferência no CRM. Depois é pedida uma selfie de identidade facial. E, por fim, há a carta de entrada em que os profissionais explicam por que estão dispostos a fazer parte da base.

A análise demonstra que o grupo atualmente cadastrado é constituído em sua maioria por brancos (85%). Mais do que isso: a maior parte é representada por mulheres cisgênero e heterossexuais. Mas muitas têm histórias ligadas a familiares, às vezes de primeiro grau, que sofreram alguma violência, entre elas agressões em público. Entre os profissionais identificados como LGBTQIA+ há depoimentos como “não quero que outros passem pelo que passei”. Como ressalta Daniel, são pessoas que querem fazer a diferença.

Como a violência pode atingir inclusive esses profissionais, o Lacrei optou por não permitir ligações diretas, nem acesso imediato ao endereço dos especialistas. Todas as tratativas são feitas via SMS.

APOIO DE VOLUNTÁRIOS

Mesmo sendo custeado hoje unicamente pelos sócios, o Lacrei Saúde conta com um reforço que dinheiro nenhum consegue comprar: o voluntariado. Com o apoio da comunidade, os planos da plataforma foram sendo conhecidos, atraindo gente que se dispôs a ajudar os sócios a preparar o serviço em sua nova configuração.

São quase 90 voluntários, grande parte deles de São Paulo, mas há gente de lugares variados, como Suécia e Portugal. A maioria (75%) é formada por mulheres na tecnologia ou em profissões relacionadas à área, como Product Owner, UX e QA. Elas trabalham na nova versão em uma rede que troca constantes mensagens. O CTO é o sócio Felipe Vidal, mas as demais chefes são todas mulheres.

Na nova fase do Lacrei Saúde a plataforma web será responsiva. O usuário poderá acessar o serviço pelo celular e ter as mesmas funcionalidades que teria na web. De acordo com Daniel, somente 20% das pessoas inscritas no portal possuem disponibilidade no espaço interno do celular para baixar aplicativos.

Quando o serviço voltar a operar normalmente, os usuários antigos terão de refazer seus cadastros, inclusive a senha. Afinal, é um banco de dados completamente novo. Vale lembrar que tudo foi feito para que cada pessoa possa encontrar o atendimento mais adequado para seu sintoma. E dentro das especificidades de etnia, gênero, orientação sexual e cidade. Por ora, a base do Lacrei Saúde está dirigida para São Paulo. No ano que vem, devem ser cadastrados profissionais da Bahia, de Pernambuco, do Pará, Amazonas, Distrito Federal e Rio de Janeiro.

O post IA “dá match” entre profissionais de saúde e o público LGBTQIA+ apareceu primeiro em Fast Company Brasil | O Futuro dos Negócios.

Fonte: Yahoo

Link: encurtador.com.br/lnuAM

 

Reunião XI Geres (Foto: Farol de Notícias/Manu Silva)

"Queremos ampliar para toda a regional" disse o coordenador Luiz Valério

PUBLICADO EM 03/11/2021 14:09POR BIANCA ALEIXO

No dia 26 de outubro, a cidade de Serra Talhada e os outros municípios que integram a XI Geres, discutiram a respeito da implantação de políticas de saúde pública voltadas à comunidade LGBTQIA+. A Secretaria Estadual de Saúde é a responsável pela ação, juntamente com o fisioterapeuta Luiz Valério Soares, coordenador da Política Estadual de Atenção à Saúde LGBT.

O debate teve como tema “Lugar da população LGBT na saúde”, a reunião foi ministrada pelo gestor estadual com a participação de Suzana Elivadias, coordenadora do Espaço Trans. Durante sua fala, Suzana ressaltou a atenção para o processo transexualizador e a hormônioterapia dentro do Sistema Único de Saúde, o evento também contou com a presença dos coordenadores municipais da pauta.

Em conversa com o Farol Notícias, Luiz Valério disse estar contando com a participação da população e dos movimentos LGBTs da cidade. “Nós estamos aqui para fazer com que os municípios de Serra Talhada capitalizem os municípios para diminuir os dados de mortes e adoecimento dessa população inerentes ao preconceito, retrocesso político, fundamentalismo religioso e discurso de ódio que tem exposto essa população a dados gravíssimos. Fomos a Floresta que já está implantando o seu ambulatório, que atenderá Itacuruba e Carnaubeira da Penha também. Queremos ampliar para toda a regional” disse o coordenador.

A coordenadora do Comitê Regional Técnico de Saúde LGBT de Serra Talhada, afirmou que XI Geres está tratando para a criação do ambulatório na Capital do Xaxado. Ela também informou que irá realizar formações com profissionais da saúde a fim de garantir um atendimento adequado ao público LGBTQIA+.

Fonte: Observatório G

Link: https://observatoriog.bol.uol.com.br/noticias/direitos/serra-talhada-tera-ambulatorio-voltado-a-comunidade-lgbtqia

 

'Aos 50, casei e finalmente contei pra minha mãe de 91 que sou lésbica

Leilane Bezerra em depoimento a Júlia Flores De

Universa 03/10/2021 16h00

"Durante muito tempo, minha mãe, hoje com 91 anos, fechou os olhos para a minha sexualidade. Eu, desde criança, ouvia comentários preconceituosos dela sobre pessoas homossexuais. Cresci com medo de contar para ela que sou lésbica - até o momento em que decidi me casar e senti que tinha chegado a hora de abrir o jogo para a família. Hoje, aos 50, decidi que ia parar de me esconder.

Na última semana, oficializei a relação que tinha com a Lúcia, o amor da minha vida, com quem estou junta desde 2016. Eu já sabia que era lésbica há muito tempo; desde os 19 já tinha relacionamentos com mulheres e, apesar de nunca ter mentido, ninguém da família gostava de tocar neste assunto.

'Apresentava minhas namoradas como amigas'

Minha mãe teve 6 filhos: 3 meninos e 3 meninas. Minhas irmãs já sabiam da minha orientação sexual, contei para elas há cerca de 10 anos. Já meus irmãos evitavam tocar no assunto.

Sou a caçula da família, então foi difícil driblar a expectativa que depositaram em mim de ter filhos, seguir o modelo tradicional. Só que eu acho que desde cedo todo mundo já sabia que eu era gay.

Minhas ex-namoradas sempre frequentaram minha casa, só que sempre as apresentava como amigas; mamãe tratava bem a todas.

Por minha mãe ser homofóbica, estava apreensiva com as repercussões (até físicas) da conversa. Eu achava que ela devia saber, porém eu tinha medo da reação, e a responsabilidade cair pra mim.

A gente sabia que minha mãe percebia que tinha 'algo de diferente comigo'. Há uns 10 anos, ela tentou tocar nesse assunto comigo, mas evitei o papo.

'Minha mulher também era preconceituosa'

A primeira vez que vi a minha atual companheira foi há mais de 20 anos. Ela é médica e me atendeu em uma emergência. Nos reencontramos em 2012, porque comecei a fazer acompanhamento com ela. Viramos amigas e nunca esperava que teria algum relacionamento com ela.

Ela era casada com um homem, tem 3 filhos e era super preconceituosa. Em 2015, convidei ela para um churrasco de amigos e ela foi. Ali começamos a nos aproximar e passei a trabalhar na clínica dela, como administradora do local.

Com o tempo, nós começamos a perceber que a relação não era estritamente profissional. Começamos a nos relacionar, mas tudo escondido, porque ela tinha medo de ser rotulada.

Até que, em dezembro de 2016, demos nosso primeiro beijo. Antes de nos 'pegarmos', já sentia que estava rolando um clima diferente entre nós duas, só que achava que ela não ia se abrir, porque era preconceituosa, fazia brincadeiras, se referia a mulheres LGBT como 'sapatão'. Foi uma surpresa.

Em pouco tempo, por passarmos muito tempo uma colada na outra, todos os amigos se deram conta de que estávamos namorando. Mas ela ainda não havia contado para os filhos e não podíamos assumir publicamente o relacionamento.

Um dia, depois de uma discussão nossa, ela ficou com medo do término e decidiu falar com os dois filhos mais velhos - isso foi em 2018. Um deles disse: 'Se você está amando alguém, essa pessoa deve ser muito especial. Quero que você seja feliz'. Ainda assim ela só revelou sua orientação sexual para a filha adolescente em dezembro de 2019. Dali em diante, assumimos nossa relação.

"Ao contar para minha mãe, resolvi meus fantasmas"

Hoje temos um relacionamento muito bom. A pandemia reformulou a maneira como víamos o mundo e decidimos oficializar nossa união. Ela me pediu em casamento e eu aceitei com a condição de que teria que contar para a minha mãe.

Há cerca de uma semana, cheguei em casa e pedi para conversar com mamãe. Foi um momento delicado, porque não fazia uma semana que ela tinha perdido um neto e eu um sobrinho, ela estava com medo de que eu estivesse doente. A acalmei e, como sou muito chorona, quem se emocionou foi eu.

Peguei as duas mãos dela e perguntei: 'A senhora sabe que eu namoro a Lúcia, não sabe?'. Ela respondeu que sim com a cabeça. 'Sempre soube, sempre perguntei para seus irmãos e todos sempre me negaram', ela disse. 'Negaram porque a senhora nunca teve a mente aberta para isso', respondi.

Como filha caçula, sempre tentei mudar a cabeça dela. Recentemente ela aprendeu a lidar melhor com o tema, porque acho que passou a ver mais diversidade nas novelas, nos realitys shows e matérias jornalísticas. Ainda assim, como ela é muito católica, ainda fazia comentários discriminatórios a respeito.

Depois de abrir o jogo, mamãe me perguntou: 'Por que casar agora?'. Bom, eu já tenho 50 anos, a Lúcia - minha companheira - 59, decidimos nos casar porque sabíamos que só tínhamos uma à outra.

Minha mulher foi visita-la e minha mãe a abraçou forte ao encontra-la. 'Eu só quero que vocês sejam felizes', ela disse. Isso foi uma surpresa para todo mundo; ninguém esperava que ela reagisse tão bem.

Foi um alívio ter contato isso para ela. Minha mãe é meu maior tesouro e me arrependeria se não falasse. Já a Lúcia é o amor da minha vida, minha alma gêmea, a gente parece muito, fisicamente inclusive, temos os mesmos gostos musicais, de lazer. Temos o mesmo olhar para o futuro.

Antes eu vivia preocupada que minha mãe descobrisse, agora que todo mundo já sabe, estou pouco me lixando para quem não aceita. Eu resolvi meus fantasmas.

A pandemia me fez perceber que temos que viver tudo hoje, não deixar nada para amanhã. Estou muito leve depois do casamento, se quero postar algo nas redes sociais, eu posto, finalmente posso estar em público com minha companheira e todo mundo sabe que somos um casal e não duas amigas." Leilane Bezerra, 50 anos, é professora e mora em Olinda, Pernambuco.

Fonte: UNIVERSA

Link: encurtador.com.br/hjuM5

 

O conhecimento sobre as preferências em relação à PrEP entre gays, bissexuais e outros homens que fazem sexo com homens, travestis e mulheres trans ainda é limitado. O objetivo do estudo foi investigar as preferências desses públicos por meio de uma pesquisa realizada em todo o território nacional.

​O ensaio foi conduzido em duas fases: na primeira, realizou-se uma revisão de literatura e abordagens qualitativas para avaliar atributos por intermédio do Experimento de Escolhas Discretas (DCE, na sigla em inglês), ferramenta de pesquisa utilizada para quantificar as preferências de usuários. Na segunda, ocorreu uma pesquisa sobre comportamento sexual, questões sociodemográficas e uso da PrEP e da profilaxia pós-exposição (PEP) ao HIV. A pesquisa foi administrada de duas formas: presencialmente, em cinco capitais brasileiras (Rio de Janeiro, Brasília, Manaus, Porto Alegre e Salvador), e on-line, com foco no país inteiro.

Leia mais em:

https://imprepemrede.wixsite.com/emrede17/1a-materia

Mulher negra e lésbica, Luana foi presa e espancada em abril de 2016; Tribunal de SP decidiu por júri popular, no entanto, os policiais acusados foram absolvidos das agravantes

Caso Luana Barbosa: Policiais vão a júri popular por homicídio simples

ALMA PRETA 30 de setembro de 2021 1:14 PM

A 4ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo decidiu encaminhar para júri popular o julgamento dos policiais militares Fábio Donizete Pultz, André Donizeti Camilo e Douglas Luiz de Paula, acusados pela morte da vendedora Luana Barbosa durante uma abordagem em Ribeirão Preto (SP), em 2016. A decisão atende parcialmente o recurso apresentado pela defesa dos policiais, que pedia pela absolvição deles no caso.

Na decisão, o relator do caso, desembargador Camilo Léllis considerou o afastamento das qualificadoras do caso (motivo torpe, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima) para homicídio simples. Luana Barbosa, mulher negra e lésbica, foi presa e espancada em abril de 2016 depois de uma abordagem policial violenta, em que exigiu ser abordada por uma policial. Ela morreu dias depois devido aos ferimentos causados pelas agressões dos três policiais.

De acordo com o juiz, as qualificadoras foram afastadas por não haver provas que indiquem que os policiais cometeram as agravantes. Ele diz também que o caso não conclui conduta de "crueldade" nem de "tortura" pelo fato da "suposta multiplicidade de golpes, per se, não induz à conclusão de crueldade, menos ainda de tortura, como consta da denúncia, mesmo porque, a prova aponta que os fatos se deram com brevidade".

Com a decisão, as penas dos crimes, que podem variar de 12 a 30 anos de prisão, podem ser reduzidas para seis a 20 anos. A 4ª Câmara não descarta que a morte de Luana Barbosa se deu por "ação de terceiros", mas argumenta que "a turma julgadora não encontrou respaldo no acervo probatório" que indique "motivo torpe, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima".

Segundo a defesa de Luana, no dia 8 de abril de 2016, a vítima estava em uma moto com o filho quando foi abordada pelos policiais militares no bairro Jardim Paiva, em Ribeirão Preto (SP).

Segundo a defesa de Luana, no dia 8 de abril de 2016, a vítima estava em uma moto com o filho quando foi abordada pelos policiais militares no bairro Jardim Paiva, em Ribeirão Preto (SP).

Ainda conforme a defesa, os policiais agiram por motivo torpe já que a mataram para "vingar o soco e o pontapé que ela lhes deu, em sua defesa, após ser atacada fisicamente por Fábio, que, junto aos demais integrantes da guarnição tentavam revista-la de modo truculento e sem motivação aparente".

Além disso, diz que o meio cruel se justifica já que os denunciados "dominados pela fúria e pelo desejo de verdadeiramente impora Luana intenso, prolongado e desnecessário sofrimento físico e mental, assim o fizeram através da covarde sessão de tortura".

"Finalmente, o trio, em superioridade numérica e de armas, impossibilitou a Luana esboçar qualquer reação,porque, subjugada por três homens, nada pôde fazer para evitar o bárbaro espancamento a que foi submetida", completa.

Na decisão, o desembargador Camilo Léllis diz que não há provas que os policiais agiram por vingança e que, apesar dos acusados estarem em superioridade física e numérica, isso não garantiu nenhuma vantagem sobre Luana, que, segundo ele, "reagiu e resistiu intensamente".

"Sim, os policiais estavam em superioridade numérica, física, técnica e de armas; porém, em concreto, nada disso lhes conferiu qualquer facilidade em subjugar Luana, a qual reagiu e resistiu intensamente", argumenta.

Relembre o caso

No dia 8 de abril de 2016, Luana Barbosa estava em uma moto com o filho, quando foi abordada por uma guarnição no bairro Jardim Paiva, em Ribeirão Preto. A vendedora foi agredida e espancada depois de reagir à truculência dos policiais Fábio Donizete Pultz, André Donizeti Camilo e Douglas Luiz de Paula.

Durante a agressão, os policiais a jogaram no chão e deram uma sequência de socos e chutes, além de a amarrarem na viatura. Luana foi encaminhada para a delegacia para o registro da ocorrência e liberada depois de assinar um termo circunstanciado.

evido aos ferimentos, Luana foi encaminhada para o Hospital das Clínicas da cidade, onde morreu cinco dias depois, no dia 13 de abril.

Fonte: Yahoo Alma Preta

Link: encurtador.com.br/imszL

 

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