Resistência Arco-Íris | Dandarah-RISE

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Contarato está com marido desde 2011 e é pai de dois filhos; fotos ganham web como apoio e senador agradece carinhoAbrir esta Fotogaleria

Após rebater ataques homofóbicos durante a CPI da Covid, fotos do senador Fabiano Contarato (Rede-ES) com o marido e os filhos foram compartilhadas nas redes sociais como forma de demonstrar apoio. O parlamentar agradeceu o carinho.

"Muito emocionado, agradeço imensamente por todas as mensagens e todos os gestos de carinho, apoio e solidariedade após meu desabafo contra a homofobia que sofri. Orientação sexual não define caráter. Todos somos iguais perante a lei", disse Fabiano no Twitter, que mais cedo tinha explicado o objetivo de ter exposto sua família no discurso: "Expus minha família e minha vida para que outras famílias LGBT não sofram o que sofremos. Fiz esse desabafo na CPI hoje diante do depoente que me agrediu. Homofobia é crime! Aprendi com meus pais a respeitar as pessoas. Orientação sexual não define caráter".

Fabiano é casado desde dezembro de 2017 com Rodrigo Groberio, com quem conheceu em 2011. Nas redes sociais e em diferentes entrevistas, o senador capixaba destaca o lado carinhoso e paciente do amado.

"São 10 anos de história juntos! Nos inspiramos na 1ª carta aos Coríntios que diz que o amor é paciente, bondoso, não maltrata, não guarda rancor e tudo suporta. Nosso desejo é de que todos também possam encontrar esse amor puro e verdadeiro", escreveu no último dia dos namorados

Juntos, eles têm dois filhos: Gabriel e Mariana. E enfrentaram percalços para conseguirem concluir processos de adoção e formarem a família que tanto sonharam.

"Nem no melhor dos meus sonhos, eu pude supor que teria uma família tão preciosa e que me traria tanta realização e felicidade. A mim, aos meus dois pequenos Biel e Mariana e ao meu companheiro, a vida foi dura em nos negar o reconhecimento e ao nos impor sistemáticos percalços, juntos e também em nossas trajetórias pessoais, marcadas muitas vezes pelo signo da dor e da exclusão. O que era espontâneo e simples para outros, como uma certidão de casamento ou mesmo a adoção, era um conjunto de sucessivas batalhas e dificuldades pra nós. Mas a recompensa veio proporcional aos desafios. Os obstáculos da moral, das leis, da violência e da negação da nossa legitimidade como Família, assim, com “F” maiúsculo, nos fez mais unidos e fortes. Nosso amor não vislumbrou barreiras, não enxergou cor, classe social ou gênero: só se guiava pelo pelo desejo sincero de estarmos juntos, sermos e fazermos uns aos outros plenos e felizes", escreveu.

O depoimento na CPI da Covid

O senador Fabiano Contarato (Rede-ES), que é homossexual, pediu nesta quinta-feira que a Polícia Legislativa do Senado apure se o empresário Otávio Fakhoury cometeu o crime de homofobia. No Twitter, Fakhoury usou um erro de grafia de Contarato, que empregou a palavra "fragrancial" em vez de "flagrancial", para fazer um ataque homofóbico contra o senador. O vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que conduz a sessão, determinou o envio do relato do senador para o Ministério Público Federal (MPF), que vai apurar a ocorrência de crime. A depender das conclusões do MPF, poderá ser aberto um processo na Justiça Federal.

O pedido do senador foi aprovado pela CPI que determinou o envio do relato do senador para o Ministério Público. No Twitter, Contarato havia comentado o depoimento do ex-secretário de Comunicação do Planalto, Fabio Wajngarten, dizendo: "Fábio Wajngarten tem que sair preso da CPI Há estado fragrancial configurado! Cúmplice de Bolsonaro, ele mentiu e omitiu a verdade sobre a criminosa gestão que tem no Planalto o principal aliado do coronavírus!"

Antes mesmo da fala de Contarato, o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), disse:

— Eu passarei a palavra ao nobre senador Contarato, que tem a minha solidariedade irrestrita, e espero que também tenha solidariedade, independentemente de cores partidárias aqui, não é?

Na CPI, Contarato disse que sempre foi tratado com respeito, carinho, admiração e deferência por ele, não sofrendo discriminação. Afirmou ainda que não é fácil para ele se expor e expor sua família, mas isso era necessário. Disse também ter orgulho de sua família e de seu esposo.

— Pegou um Twitter meu, com erro de grafia, e falou isto. O senhor não é adolescente. A sua família não é melhor que a minha — disse Contarato, acrescentando: — O que leva o senhor, que tem filho, qual a imagem, quanto pai, quanto esposo, vai passar para seus filhos? Isso é obedecer o princípio da legalidade. Porque o Supremo Tribunal Federal, o mesmo que o senhor defende extinguir, criminalizou a homofobia comparando-o ao racismo.

Disse ainda:

— O senhor pode ter todo o dinheiro do mundo. Tenho minha vida modesta com muito orgulho, cuidando da minha família, meu esposo, meus dois filhos. Eu quero que eles tenham a certeza de que lutei, continuo lutando para diminuir essa desigualdade no Brasil. Eu aprendi que orientação sexual não define caráter, cor da pela não define caráter, poder aquisitivo não define caráter.

O senador exigiu que o depoente fizesse um pedido público de desculpa não só a ele:

— O senhor deveria pedir desculpa a toda população LGBTQIA+.

E acrescentou:A mesma certidão de casamento que o senhor tem, eu também tenho — acrescentou o senador.

Fachoury pediu desculpas:

— Foi um comentário infeliz, em tom de brincadeira. Respeito a sua família como respeito a minha. Tenho amigos de todos os lados, de todas as orientações. Não tive a intenção de ofender. E se ofendi, e ofendi profundamente, peço desculpas. Não sou uma pessoa que discrimina nem raça, nem cor, nem orientação sexual. Não vejo problema nenhum em retratar, não insisto no erro. Umas das condições da pessoa cristão é reconhecer o erro e pedir perdão. E me retrato aqui diante de todos.

Fonte: Jornal Extra

link: encurtador.com.br/airWY

 

 

 

Análise de sete estudos, conduzida por Shahini Shah, da Universidade de East Anglia, Inglaterra, e apresentada na conferência ID Week 2021, demonstra que pessoas que tomaram a formulação inicial do tenofovir (TDF) durante ensaios clínicos ligados à profilaxia pré-exposição (PrEP) ao HIV apresentaram maior probabilidade de sofrer perda de peso substancial do que pessoas que usaram placebo ou cabotegravir. A descoberta aumenta as evidências de que o TDF pode desempenhar um papel importante nas mudanças de peso experimentadas por pessoas com HIV em tratamento antirretroviral.

Leia mais em:

http://imprep.org/2021/10/28/versao-inicial-do-tenofovir-usado-como-prep-pode-acarretar-perda-de-peso-2/

 

Imagem de um homem que comemora o orgulho LGBT na cidade do México, em 27 de junho de 2020 — Foto: Henry Romero/Reuters

MATO GROSSO DO SUL

População LGBTQIA+ em situação de vulnerabilidade possui atendimento psicológico gratuito na capital

Além do serviço psicológico, a Casa Satine oferece atendimento geral, psiquiátrico e social. A organização busca por voluntários para 'darem as mãos' e integrarem às equipes.

Por José Câmara, g1 MS01/10/2021 06h01  Atualizado há 2 dias

A população LGBTQIA+ em situação de vulnerabilidade social possui atendimento psicológico de forma gratuita em Campo Grande. Os serviços são oferecidos pela Casa Satine, que desde 2018 já realizou mais de 10 mil atendimentos aos membros da comunidade.

Com a intenção de ser um lugar livre e que tenha profissionais que entendam as especificidades da comunidade, a organização também oferece serviços sociais (como entrega de cestas básicas), psiquiátricos e gerais. A coordenadora da clínica de atendimento social da Casa Satine, Rebeca de Lima Pompilio, explica que os serviços vão além de uma "palavra amiga".

"É muito importante o trabalho que fazemos. Permitimos que pessoas que estão em extrema situação de vulnerabilidade social possam conseguir um atendimento digno, que vê os sujeitos nas suas demandas e entenda as suas especificidades da população LGBTI+. Não é um espaço para julgamento", detalha Rebeca.

O atendimento psicológico

Antes de tudo, para ter acesso aos atendimentos, Rebeca explica que uma triagem deve ser feita para que seja identificado o grau de vulnerabilidade daquela pessoa. Quem precisa do atendimento pode acessar este link: encurtador.com.br/hnsG6 , preencher as informações e aguardar ser chamado.

A triagem poderá ser feita por meio de uma vídeo chamada ou presencialmente. Caso a pessoa não tenha acesso à internet, a Casa Satine disponibiliza o telefone (67) 99160-9662 para realizar a solicitação.

"Nessa triagem nós vamos entender o campo de saúde, tem o campo da educação, dados pessoais, tem a parte social, vamos entender qual o grau de vulnerabilidade dessa pessoa e basicamente isso. Pode ser encaminhada para um dos modos", detalha Rebeca.

As modalidades para os atendimentos psicológicos são:

  • Isento - para aqueles que não podem arcar com os custos;
  • Valor Social - R$ 15,00 que é pago diretamente ao profissional;
  • Indicação - a Casa Satine indica profissionais que são da grade da casa e que atendem o público LGBTQIA+.

Voluntariado

Para que os atendimentos continuam sendo realizados, a Casa Satine reforça a importância dos voluntários e da doação de alimentos, que compõe as cestas básicas. Aqueles que quiserem se voluntariar podem acessar este link: encurtador.com.br/myALU .

Rebeca destacou ao g1 que a Casa Satine possui várias áreas. Os futuros voluntários podem escolher uma delas no formulário. São elas:

  • Assistência social;Atendimento jurídico;
  • Atendimento psicológico;
  • Projetos na área do Esporte;
  • Projetos na área de Cultura;
  • Projetos na área de Educação;
  • Comunicação e mídias sociais;
  • Organização de eventos;
  • Atendimento na área da Saúde;

Outro.

"Todas essas ações só são possíveis porque damos a mão um para o outro. A gente faz o que pode para continuar atendendo as pessoas e cada vez mais pessoas. Isso se dá pelo voluntariado. É muito importante ter pessoas voluntárias", finaliza Rebeca.

Fonte: G1

Link: encurtador.com.br/jkyQ4

Bandeira LGBT (Reprodução)

Fórum Cultura + Diversidade acontecerá no Rio de Janeiro

O intento é incentivar a visibilidade de grupos pouco representados

De formato on-line e seguindo à risca o protocolo preceituado por especialistas, o “Fórum Cultura Mais Diversidade” traz como tema: mulheres, LGBTs, Pessoas com Deficiência e Povos Indígenas. Nesse sentido, contará com um painel dinâmico contendo os assuntos abordados.Veja também:

Com discussões pela manhã e à tarde, apresentadas no canal Fórum Cultura Mais Diversidade Oficial, no Youtube (youtube.com/forumculturamaisdiversidadeoficial), permeadas por apresentações culturais que encerrarão cada dia do evento que acontecerá 14, 16 e 18 de setembro.

O intento é incentivar a visibilidade de grupos pouco representados, suscitando discussões pertinentes e educativas, a partir de experiências coletivas e individuais, visando ampliar o debate e propor novas medidas inclusivas para um mundo pós-pandemia.

Recentemente, no dia 9 de abril, o tema “Indígenas e LGBTQIA+ – A riqueza da diversidade para a sustentabilidade local com foco no ‘Turismo de Experiência’, propiciou um colóquio rico em informações.

Fonte: Observatório G

Link: https://observatoriog.bol.uol.com.br/agenda/forum-cultura-diversidade-acontecera-no-rio-de-janeiro 

 

Uma bandeira do Talibã é colocada na frente de uma motocicleta em Cabul, Afeganistão, em foto de 28 de setembro de 2021 — Foto: Bernat Armangue/AP

Sob o Talibã, LGBTQIA+ afegãos vivem com medo da morte

Khalid é gay, Danish é transgênero, ambos são afegãos. Numa sociedade conservadora, agora sob regime fundamentalista islâmico, ser LGBTQIA+ pode significar a morte. A única esperança é o refúgio no exterior.

Por Esther Felden, Deutsche Welle 03/10/2021 06h01  Atualizado há um dia

Há semanas, Danish vive na penumbra. Desde a ocupação de Cabul pelos talibãs, ele se esconde no quarto dos fundos sem janelas de uma loja da capital afegã, que pertence a um amigo e agora está fechada.

Sob o regime dos fundamentalistas islâmicos, Danish está ameaçado de morte, por ser transgênero. Criado como menina, desde os 13 anos de idade ele sabe que está no corpo errado, um corpo que "odeia". Nas fotos que envia, acentua a roupa masculina, os cabelos são curtos.

Um grande desafio é matar o tempo: "Não faço nada, além de respirar." De noite, toma pílulas para dormir, a fim de evitar ficar ruminando os pensamentos. "Meu raciocínio está paralisado, fico maluco de tanto pensar."

Se pudesse, ficaria à beira do mar e gritaria "até a minha garganta rasgar, e me livrar de todo o meu ódio", afirma o afegão. "Preciso de paz, quero viver em um lugar livre e seguro. Eu só quero viver do jeito que eu sou."

Ele estudou literatura, as palavras são sua válvula de escape. Comunicação com o mundo exterior, porém, só através do celular, com pouquíssimos interlocutores. Seu confidente mais íntimo é o amigo Khalid, homossexual e, como Danish, circulando pelos 25 anos de idade.

A DW esteve em contato diário com ambos desde o começo de setembro, através de um serviço de mensagens criptografado. Seus nomes foram alterados por motivos de segurança.

Membro do Talibã conversa com manifestantes mulheres enquanto outro tenta bloquear a visão da câmera com a mão durante protesto realizado do lado em frente a uma escola em Cabul, capital do Afeganistão, em 30 de setembro de 2021 — Foto: Bulent Kilic/AFP

Crime: ser feminino

Khalid foi previdente: enquanto os talibãs avançavam sobre Cabul, trocou o jeans e o moletom com capuz pelas vestes tradicionais afegãs. Até uma barba deixou crescer, só para não chamar a atenção. "Sou um tipo feminino", diz. E isso já basta para colocá-lo em perigo.

Em 15 de agosto, o dia em que o Talibã tomou a capital, saiu do seu quartinho para providenciar mantimentos, achando que estava bem preparado. Mas suas medidas de precaução não bastaram.

No meio da rua, súbito sentiu uma dor surda. "Atrás de mim estava um 'talib', eu não vi chegando." O homem o golpeara com um enorme tubo de plástico no ombro direito, "as lágrimas de dor me saltaram aos olhos". "Por que é que está andando assim, que nem mulher? Não sabe andar direito?", rosnou o extremista.

Desde então, Khalid se trancou em casa.

Prisão, amputações, morte

Sob a lei dos novos senhores afegãos, LGBTQs como Khalid e Danish têm motivos para temer pela própria vida.

Apenas duas semanas antes da tomada de poder, um juiz talibã declarou, em entrevista ao jornal alemão "Bild", que para um homem que faz sexo com outro homem só existem duas punições possíveis:

"Ou apedrejamento, ou ele fica atrás de um muro que vai cair em cima dele. O muro deve ter de 2,5 a 3 metros de altura."

No fim de setembro, então, o mulá Nooruddin Turabi, um alto membro fundador do Talibã, afirmou à agência de notícias AP que o governo voltaria a realizar execuções e amputações de mãos.

Como no primeiro regime talibã no Afeganistão: segundo um relatório do governo australiano, entre 1996 e a queda dos fundamentalistas em 2001, homossexuais eram executados com regularidade. Na época, o ministro da Justiça era Turab.

Nos governos subsequentes, encabeçados por Hamid Karzai e Ashraf Ghani, indivíduos LGBTQIA+ não estavam mais ameaçados de pena de morte. Porém segundo o Código Penal afegão, relações sexuais fora do matrimônio entre um homem e uma mulher permaneciam fundamentalmente proibidas e puníveis.

Em 2018, sob o presidente Ghani, foi aprovada uma nova lei prevendo penas de dois a três anos de prisão para as relações sexuais com o mesmo sexo.

A discriminação cotidiana é onipresente, da mesma forma que a violência. Tanto Danish como Khalid sentiram isso na própria pele: ambos foram brutalmente espancados e banidos pelas famílias devido a sua identidade sexual; ambos têm bem poucos seres humanos em que confiam.

Namoro sob nome falso

Não existe uma comunidade queer aberta em Cabul, afirma Khalid numa ligação telefônica pelo serviço de mensagens codificado. Por razões de segurança, tudo acontece escondido. O namoro gay funciona principalmente através de um determinado aplicativo, onde todos usam nome e foto falsos – por exemplo, do ator hollywoodiano Tom Cruise.

Indagado se já teve um relacionamento mais prolongado, Khalid ri brevemente: não, até o momento só histórias esparsas. "Você conhece o termo friends with benefits? Bons amigos e, de vez em quando, um pouco mais."

O outro lado da moeda são os olhares atravessados, comentários – coisas que Khalid vivenciava sempre ao andar pelas ruas de Cabul. Apesar de culto e formado em economia, não encontra emprego. Por várias vezes foi convidado para entrevistas de emprego, trazia todas as qualificações necessárias. Mas no fim das contas, não era isso que contava.

"Meus entrevistadores não se interessavam nem um pouco pela experiência que eu tenho", praticamente não faziam perguntas profissionais, "eles só zombavam de mim e riam da minha cara". Khalid está convencido de que o motivo fosse sua aparência feminina.

 

Sem força para viver

Em meados de setembro, Khalid está preocupado com Danish. Parece que o amigo está cada vez pior, psicologicamente. A solidão, a escuridão, a incerteza e o constante medo de morte estão consumindo o rapaz. Há 36 dias ele não vê nenhum ser humano em pessoa, só se alimenta de água e biscoitos secos. Uma vida "como um animal", queixa-se.

Danish manda fotos suas: tatuagens adornam braços, mãos, pescoço. Há uns três anos ele mandou fazer a primeira. Também elas são tabu na sociedade conservadora afegã, explica. E, sob os talibãs, radicalmente proibidas.

Uma das tatuagens traz o nome da mulher que ele ama. Eles estiveram juntos por dois anos, eram muito felizes, conta. Até que a relação foi descoberta: quando os pais souberam que ela estava com um transgênero, a forçaram a se casar com outro homem. Há anos ele não sabe da moça.

Em outras fotos se veem hematomas: nos braços, costas, coxas. Faixas vermelho-arroxeado, contusões, certamente com uns 20 centímetros de comprimento. "Foi o meu pai": desde esse dia em que foi espancado assim, Danish nunca mais esteve com a família.

Virada inesperada

O tom das mensagens de Danish é muitas vezes desesperado: ele só queria que tudo simplesmente acabasse, não tem mais força para otimismo. E aí, no fim de setembro, o quadro muda radicalmente de uma hora para outra.

Danish e Khalid conseguiram ser incluídos na lista de evacuações de ONGs estrangeiras especializadas em socorrer LGBTQIA+ em apuros. Em 25 de setembro, 41 dias após a tomada de poder pelo Talibã, ambos embarcam num avião da Pakistan International Airlines com destino a Islamabad.

"Estou me sentindo como um pássaro. Só preciso abrir as asas e sair voando" – descreve Khalid seu estado de espírito naquele momento, numa mensagem de áudio.

Sonhos para o futuro

No Paquistão, os dois amigos são alojados em safe houses, onde permanecem até todos os documentos serem examinados e eles poderem apresentar seus requerimentos de refúgio junto a terceiros Estados.

Danish gostaria de ir para os Estados Unidos. Seu sonho é fazer música: "Eu desejo um dia dar um concerto em plena Nova York e cantar diante de uma multidão." Khalid preferiria o Canadá: conhecidos gays lhe contaram que lá a comunidade LGBTQ é tratada com respeito, e todos podem viver com dignidade.

Um pequeno desejo, Khalid já realizou: ele pintou as unhas, de amarelo, laranja, cor-de-rosa e azul. O esmalte o deixa feliz, depois de muito tempo ele agora tomou coragem de voltar a usar. Ao ver os vidrinhos numa loja de Islamabad, comprou logo vários: "Eu simplesmente não pude resistir."

Fonte: G1

Link: encurtador.com.br/nOQ13

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