Resistência Arco-Íris | Dandarah-RISE

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Notícias

 
"A partir de agora, as pessoas condenadas devem ser direcionadas a presídios e cadeias conforme sua autoidentificação de gênero. A medida permite que lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, travestis ou intersexo (LGBTI) condenados e privados de liberdade possam cumprir suas penas em locais adequados ao seu gênero autodeclarado."

Acesse a matéria completa em: https://www.cnj.jus.br/lgbti-cnj-reconhece-identificacao-de-genero-no-sistema-prisional/
"Um estudo com mulheres, em sua maioria jovens e negras, atendidas em um pronto socorro e em uma clínica de infecções sexualmente transmissíveis (IST), ambos em Chicago (EUA), encontrou baixos níveis de conhecimento sobre PrEP. Isso ocorremesmo em uma cidade onde se realiza regularmente campanhas de divulgação da profilaxia, direcionadas a mulheres e homens heterossexuais, além de membros da comunidade LGBTQ+."

Para ler a notícia completa acesse: http://imprep.org/2020/09/01/estudo-americano-mostra-que-conhecimento-sobre-prep-nao-chega-as-mulheres-2/

" Casais sorodiferentes*, nos quais um dos parceiros vive com HIV e o outro não, são frequentemente vistos com alto risco de transmissão do vírus ou com enormes pressões psicológicas. No entanto, graças aos tratamentos atuais e à não transmissão de uma pessoa com carga viral indetectável, muitos desses casais agora podem pensar em suas vidas e relacionamentos como seguros e 'normais'."

*Por soar menos estigmatizante e, em consonância com grande parte do movimento de pessoas vivendo com HIV, adotamos a expressão sorodiferentes em vez de sorodiscordantes.

 

Acesse a matéria completa: http://imprep.org/2020/10/16/a-normalidade-do-hiv-para-casais-sorodiferentes/

A aluna Flávia Divino realiza amanhã (21/10) a apresentação do seu trabalho no Seminário Discente da Pós-graduação em Medicina Tropical do IOC, que terá como tema "Fronteiras virais, epidemiológicas e sociais do HIV no extremo norte do Brasil ", com início às 9hs.
Para assistir basta acessar  https://conferenciaweb.rnp.br/webconf/defesas-ioc

 

II

 

Você sabia que as pessoas que vivem com HIV, fazem tratamento antirretroviral e têm carga viral indetectável há mais de seis meses, não transmitem o vírus (“Indetectável = Intransmissível”)?

O conceito é mais conhecido pelo slogan I=I (Undetectable = Untransmissible: U=U – em inglês) e já é utilizado por cientistas e instituições de referência sobre o HIV em abrangência mundial.

Esse conceito ainda não foi totalmente difundido na sociedade em geral. Trata-se de questão complexa, pois os coletivos apresentam visão diferenciada quanto aos benefícios do I=I. O fato é que a correta compreensão do conceito pode ajudar a reduzir a transmissão do HIV, bem como o estigma social em relação às pessoas que vivem com o vírus.   

O estudo “Um alerta para melhorar a compreensão do slogan Indetectável=Intransmissível (I =I) no Brasil”, desenvolvido por Thiago Torres e outros pesquisadores* do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI), da Fiocruz, e apresentado em forma de pôster na Aids 2020 (julho, EUA), buscou avaliar como essa ferramenta de prevenção é entendida em três grupos:

  • Pessoas vivendo com HIV (PVH)
  • Homens cisgêneros gays, bissexuais, HIV negativo ou desconhecido que fazem sexo com homens (GMB - gay/bissexual men) e
  • Outras populações HIV negativo ou desconhecido (POP).

Como foi o estudo

Brasileiros com idade igual ou superior a 18 anos foram recrutados durante outubro de 2019 para concluir uma pesquisa via web anunciada no Grindr, Facebook e WhatsApp.O entendimento relativo a I=I foi acessado por intermédio da pergunta: “No que diz respeito aos indivíduos infectados pelo HIV que transmitem o vírus por meio de contato sexual, qual a precisão que você acredita que o slogan I = I (indetectável igual a intransmissível) possui? ”

Dos 2.311 indivíduos que acessaram a pesquisa, 1.690 foram incluídos na análise. No geral, a maioria dos participantes não é negra (89%), possuem renda média alta (68%), educação superior ao nível médio (65%) e reside nas áreas metropolitanas das capitais dos estados (71%).

Homens cisgêneros gays, bissexuais, HIV negativo ou desconhecido que fazem sexo com homens eram mais jovens (idade mediana de 33 anos) em comparação com o grupo de pessoas vivendo com HIV (mediana de 40 anos) e as outras populações HIV negativo ou desconhecido participantes (mediana de 48 anos).

A maioria das pessoas sem HIV ou desconhecido tem parceiro fixo (64%), enquanto uma fração muito menor foi observada para os outros grupos. Vale destacar que 37% das pessoas vivendo com HIV tem parceiros.

Os homens cisgêneros gays, bissexuais, HIV negativo que fazem sexo com homens relataram fazer testes para HIV (85%), mais do que o grupo de pessoas sem HIV (69%). Pessoas vivendo com HIV em geral tem melhor entendimento sobre o que é I = I do que os outros dois grupos estudados.

O estudo aponta que o conhecimento quanto a I = I não atingiu mais de um terço dos homens cisgêneros gays, bissexuais, HIV negativo que fazem sexo com homens.Dois terços das mulheres cisgênero HIV negativo/desconhecido, homens heterossexuais e outras populações não conhecem o tema.

Em semelhantes estudos anteriores realizados com grupos de alta renda, os resultados sugerem maior conhecimento entre aqueles que vivem com HIV, embora seja importante destacar que 10% dessa amostra ainda consideram I = I impreciso.

A constatação de que o conhecimento prévio acerca de I=I varia de acordo com o grupo pode ajudar a identificar subgrupos para os quais são necessários esforços educacionais adicionais para aprimorar os benefícios de prevenção individual e populacional oriundos desse conceito.

No Brasil, são necessárias estratégias educativas especiais sobre o I=I como ferramenta de prevenção, particularmente entre pessoas vivendo com HIV negras e homens gays/bissexuais cisgênero HIV negativo/desconhecido que fazem sexo com homens de baixa renda.

CONHEÇA O MATERIAL APRESENTADO NA CONFERÊNCIA:
https://encurtador.net/aijQ2




*Autores do trabalho: Thiago Torres, Luana Marins, Daniel Bezerra, Valdiléa Veloso, Beatriz Grinsztejn e Paula Luz, todos do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, INI/Fiocruz. 

Texto adaptado do original de Jacinto Corrêa - Comunicação ImPrEP

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