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Uber e MeToo lançam canal para acolher vítimas de violência de gênero na plataforma

Com o intuito de apoiar as vítimas, o serviço consiste em até quatro sessões de uma hora cada, que são conduzidas por psicólogas especializadas

REDAÇÃO MARIE CLAIREDO HOME OFFICE01 OUT 2021 - 10H28 ATUALIZADO EM 01 OUT 2021 - 10H39

Desde 2018, a Uber vem se dedicando a uma série de medidas para combater a violência de gênero na plataforma após o crescimento de denúncias e relatos de assédio, em especial contra mulheres. E um desses avanços se trata de uma parceria da empresa com a MeToo Brasil, organização dedicada ao acolhimento de sobreviventes de abuso sexual.

Através do novo serviço, usuárias(os), motoristas e entregadoras(es) que passarem por uma situação de assédio e violência de gênero em viagens ou entregas usando o aplicativo poderão ser direcionadas ao canal da MeToo após reportar o fato no aplicativo da Uber e serem atendidas pelo time de suporte do app. Os atendimentos serão sigilosos e a Uber não terá acesso a nenhuma informação após o encaminhamento para a MeToo.

A assistência consiste em até quatro sessões de uma hora cada, conduzidas por psicólogas especializadas. O intuito é dar um primeiro acolhimento para a vítima, a fim de que ela se sinta segura e apoiada.

“No Brasil, a violência sexual se dá majoritariamente no ambiente doméstico, mas sabemos que existe muita violência no espaço público, como no transporte. A subnotificação é o maior problema: as vítimas têm muito medo, sentem culpa e a maioria não consegue falar sobre o que aconteceu", explica Marina Ganzarolli, idealizadora da Me Too Brasil. "Acolho vítimas sobreviventes há 15 anos e a Isabela Del Monde, desde 2016. Essa é a primeira iniciativa do mercado que vemos no sentido de dar um passo além daquilo do que é esperado pelas empresas. Inovadora, a ação vai além do óbvio e enfrenta de frente e com um trabalho qualificado as situações de violência sexual", conclui.

De fato, o número de assédio e violência sexual em transportes, tanto público como táxis e serviços de aplicativos, é gritante. Entre as mulheres, os institutos Patrícia Galvão e Locomotiva mostraram, através de uma pesquisa, que 97% das brasileiras com mais de 18 anos já passaram por situações de assédio sexual nesses locais.

"Sabemos dos desafios que ainda existem no enfrentamento à violência contra a mulher e seguimos investindo em ferramentas e projetos de combate a essas condutas. Mas acreditamos muito na importância de denunciar casos de assédio, violência e qualquer comportamento que tenha feito a pessoa se sentir desconfortável. Depois de revisar nosso processo de atendimento e, com a ajuda da deFEMde, treinar nossos agentes e elaborar respostas mais empáticas, estamos dando mais um passo para oferecer um acolhimento mais completo" ressalta, Celeste Lazzerini, Gerente de Operações para Segurança na América Latina da Uber.

Além dessa ação com o MeToo, a Uber já criou também projetos elaborados em parceria com entidades que são referência no assunto, incluindo campanhas contra o assédio, podcast para motoristas parceiros sobre violência contra a mulher, pesquisas sobre o tema, entre outros. Além disso, a empresa está sempre desenvolvendo ferramentas tecnológicas voltadas para segurança do app, como a detecção de mensagens inapropriadas, não revelação do número de telefone, bem como da origem e destino exato das viagens no histórico do motorista, compartilhamento de rota, gravação de áudio e o recurso U-Elas, que permite às parceiras receberem chamadas de viagem apenas de outras mulheres.

Fonte: Marie Claire

Link: encurtador.com.br/gknpI

 

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