foto: reprodução/ TV Globo
Vereadores de Goiânia são investigados por homofobia após falas em sessão na Câmara
por Felipe Sousa
A Polícia Civil instaurou um inquérito para investigar quatro vereadores por homofobia, em Goiânia. Segundo a investigação, eles são suspeitos de falarem frases preconceituosas na Câmara Municipal durante uma discussão sobre propaganda de rede de fast-food que celebrava o Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+, em junho deste ano.
De acordo com a investigação, os vereadores fizeram os comentários, no dia 29 de junho, no plenário. Na lista dos investigados, estão Cabo Senna (Patriota), Sargento Novandir (Republicanos), Gabriela Rodart (DC) e Thialu Guiotti (Avante). Este último, por exemplo, afirmou que “ninguém nasce homossexual” e que ativistas LGTBQIA+ querem “instaurar uma ditadura da opinião e da expressão”. “Normal é homem com mulher. Mulher com homem”, disse o parlamentar em vídeo compartilhado nas redes sociais. O inquérito foi instaurado na quarta-feira (06/10) pelo Grupo Especializado no Atendimento à Vítima de Crimes Raciais e de Intolerância (Geacri). O delegado Joaquim Filho confirmou que os comentários foram feitos após uma discussão sobre uma campanha publicitária.
Conforme o investigador, nenhum dos suspeitos foi ouvido até o momento. Eles são investigados pelo crime de homofobia, que se enquadra no artigo 20, da Lei 7.716, que cita a “discriminação em razão da orientação sexual ou identidade de gênero”. ”Estamos no começo das investigações. O próximo passo é a Polícia Civil ouvir pessoas e juntar as provas. Se eles forem condenados, podem cumprir pena de 2 a 5 anos de prisão, porque teve o agravamento de os comentários terem sido publicados no canal da câmara”, disse.
Ao G1, a vereadora Gabriela Rodart (DC) afirmou que “é uma honra ser processada por defender o direito natural e a doutrina da Igreja Católica, ainda sob protestos daqueles que negam a verdade”. Thialu Guiotti (Avante) disse que “não existe ofensa a ninguém”. Já o vereador Cabo Senna afirmou que não vai se pronunciar até ser intimado, e o Sargento Novandir não se manifestou.